Hoje, quase agora, acordo e ouço o som magistral desta
molhada aurora, respingo de amor e beleza, então penso: como é nobre essa
pureza. Ouço o hino a gotejar do badalar divino, é o sino a marejar destino. Vou
levantar mais tarde, porém, o meu coração arde como se fosse o de um menino no
desejo de versejar, levanto incontinenti e começo autoconversar contente, pois,
sou há muito tempo viciado em escrever, creio ser apenas placebo este
complemento de viver, se não fizer bem, acho que mal não irá fazer, como se
fosse uma necessidade psicofisiológica, e com certeza o é! Quando se escreve
pela fé. Aliás, retiro o que acabo de dizer, este prazer pode muito bem o bem
fazer, ou o mal recrudescer. Pela palavra tudo pode acontecer. Os
desentendimentos humanos já se transformaram em catástrofes desumanas, ceifando
vidas e mais vidas, pelo simples fato de algum desacato verbal ter efeito de
ferimento mortal. A vaidade humana é exageradamente maior do que a sua nobreza,
e por isso o mundo é o lastimável plano no qual habitamos, ainda bem que tem a
chuva em alguns períodos do ano, o sol, o arrebol, o céu e as estrelas a nos
darem alento de esperança franca e de esperteza branca, e no infinito do nosso
grito firmado no firmamento do nosso pranto o lamento fica neste registro.
Sabemos que além da chuva deve existir algo de bom. E somente o nosso
pensamento pode desvendar o que lá existe através de nossos sonhos e dons. Até
porque, dom é dom, ninguém cria o dom, ele é imanente do nosso coração. O dom é
transcendental, é como o amor, inexplicavelmente real.
E por falar em real, não seria real o sonho desta realidade
mortal?
Tentando explicar este pensamento estranho: Esta vida deste
momento é o sonho da verdadeira vida mental!
Como é genial o som dessa chuva que me faz sonhar e esquecer
o mal.
Por muito bisonho que possa parecer: Ainda “Sonhar é viver”.
Acho que são as lágrimas de alegria dum Deus ao admirar sua
obra-prima.
Bons sonhos ao vivente que queira realmente viver!
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