sábado

Fé - amor e paz - Trinômio da felicidade!





Seria pelo medo de enxergar essa realidade de incertezas a qual se nos apresenta nua e crua?
Por que existem tantos caminhos divergentes?
Seria pelo poder hipnótico da liderança?
Deus tem uma enorme gama de nomes: Javé, Jeová, God, Dios, Krihsna, Pantokrator, Jesus, Cristo, Alá, O Consolador, Santíssima Trindade, O Senhor dos Exércitos e por aí vai...
Quantas filosofias, quantas religiões, todas elas tem as suas verdades, e as suas razões...
Milhões de caminhos a serem palmilhados por pessoas guiadas por outras pessoas. Ou por uma diretriz conveniente a determinado sistema de interesses particulares.

Por que se necessita de ouvir uma voz humana às vezes indigna, para se obter uma cura?

Peça diretamente a Deus como o próprio Cristo ensinou na oração do Pai Nosso.

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome... E o resto já se conhece...

Aliás, não se encontra no Livro qualquer insinuação religiosa indicada por Jesus. A não ser o amor ao próximo.

Por que tantas religiões milionárias e tantas crianças desamparadas morrendo à mingua?
Por que uma cidade com status de estado, o Vaticano?
Por que a “Santa Inquisição”?
Por que padres e pastores pedófilos?

Que tal se, deixássemos de pensar em divindades e apenas nos preocupássemos em ajudar sem vislumbrar um paraíso como prêmio por esse pseudomerecimento?

Deixemos de ver líderes como o próprio Deus, isto é a pior das idolatrias!

Você já parou para pensar sobre este assunto?

Claro que sim, com toda a certeza, pois, quem jamais deixou de pensar nesta vida subjetiva, na realidade; ninguém.

O prazer e o medo são dois sentimentos a serem analisados com profundidade.

Jim Jones levou ao suicídio, ou “genocídio” quase mil pessoas, um fanático psicopata religioso. Até aqui, tenta-se explicar a sua personalidade religiosa, mas e os seus seguidores eram o quê?
E não foi somente esse líder religioso que cometeu tal aliciamento...

O que levou grandes nações europeias a se curvarem ante aos pés de Adolf Hitler?
Por que se praticou tamanha maldade sob as suas ordens?
Foi por algum paraíso terrestre prometido, como o do Édem onde Adão haveria de sofrer tentações ao conviver com Satanás (em feitio de serpente) e ser obrigado a lavrar a terra?
E que paraíso esquisito era esse?

Por que não vivermos a eternidade neste momento e, sentirmos o prazer de estarmos incorporados no próximo, despojados de qualquer interesse... Apenas pelo amor e, não pela mentira da hipocrisia deslavada...

Ainda não se apercebeu por inteiro que, o amor é algo acima de todos os demais sentimentos.

Pode surgir algum religioso e retrucar eclesialmente: “Deus oculta aos sábios e entendidos e revela aos pequeninos.”
E acrescentaríamos: “Não saibamos além daquilo que nos convêm”.

Obs. Respeitamos a sua boa fé religiosa!

Seja bom sem pensar em Deus, se for capaz...

Seja bom apenas por ser!

Que o amor e a paz invadam os nossos corações sem qualquer motivo.





Sou gari, e daí?
Organizo o lixo
Que você à bicho
Desorganizou aqui.
Tenho a consciência
Da sua inconsequência.
A sua inconsciência
Traz-me a existência...
Deus criou você pra mim
Apesar da sua inteligência...


Que olhar mais atrevido

Ao vislumbrar seu atrevido olhar,
confesso:  Fiquei bastante inibido,
porém, fui  abduzido  pelo sonhar
de  um  violento  amor  descabido.
O seu olhar  invadiu o  meu  mar,
ao marejar  de  minhas  lágrimas
cintilantes, num  rápido chispar
de uma  emoção  tão  brilhante.
Agora  você  é  atriz, e eu por
um triz,  mero  coadjuvante.

A paixão é mistério profundo
a  corroer  o  peito do amante
galanteador galante-imundo,
ou  de  uma simplória mente,
de um apaixonado vacilante.

Como explicar sentimento tão nobre,
bronzeado de ouro sobre a alma  presa
em laço  lastro de humilhante  desdouro,
o qual  às  vezes, covardemente  alto valor
cobre, num suplício  de um  coração pobre
em pleno desespero desequilibrado, cheiro
de amor odiado e já voado pra outro lado.
amargurado ao pensar ter conquistado,
porém, atraiçoado pelo bem-amado.

O amor sempre é nobre quando bem interpretado,
mesmo que o choro sobre, sobre um coração culpado.
Até quando o erro erra o amor encerra por todo o lado
a dor doada pelo doador o qual será sempre coroado.




Deixe a sua frustração de lado
Não se permita ser comparado
À concorrência já ultrapassada.
Reveja seus anais e fique em paz,
Posto que nada seja igual a nada,
Nem o seu olhar ou suas digitais.
Quiçá, sua genitália mumificada.
Ao transpor da vida à encruzilhada,
Vele à esperança do amor consagrado.
Caminhe firme olhando sempre à frente,
Portanto, não olhe de lado nem fique parado.
Mente transparente fará o seu brilho configurado.
Você é grande universo, relevada importância divina.
Debalde não foi que Deus fez você totalmente diferente.
Seja um senhor, serviçal moderno como o de antigamente.
Ao seu irmão sorria alegremente sem jamais cerrar seus dentes.
Viva-alegria presente e pasme com o brilho futuro que lhe espera.

Essa sua pseudopequenez é eterna!

Luz & Vida




Apesar de a realidade estar embasada na mais fria verdade, é de bom alvitre que aqui se dite: Para a decantada felicidade deste lar: Olhe-se minuciosamente sobre esta barbaridade com piedade de olhar estelar, e com visão de qualidade. Porém, antes de se ir mais além, eis a pergunta que convém: O que é a verdade? Para a ciência empírica é o fato materializado. Dois mais dois são quatro para ficar bem ajustado, como “carne na cuia e farinha no prato”. Porém, o sorriso não tem métrica diante desta dialética. A felicidade, além de intrínseca, é desmesurada quando o tímido riso torna-se risada rasgada e calcada no juízo, e não debochada. Muito embora, esta vida seja nebulosa carregada de vilipêndio, vamos regá-la com amor singelo e ardente como se fora bom incêndio, somente pelo prazer inefável de fazê-lo com zelo. Diante de complexo compêndio. O são de coração, jamais recalcitrará contra o aguilhão, pois, apesar de guerreiro forte e fagueiro, opta em primeiro ao bom-senso da resignação. Tomando a lógica posição, deixa de ser derradeiro desta real condição. Vergar é mais inteligente do que se quebrar. Às vezes errar para acertar faz parte do jogo, pois, melhor é se molhar do que se queimar nesta vida de fogo. Sem a ninguém prejuízo causar, qualidade de vida em primeiro lugar. Isto se quiser aqui alugar um pedaço do céu-mental, haja vista esta vida ao léu letal.
Fora do ego não há quase nada de interessante, a não ser o mundo cego desde o tempo de Dante...

Anos de poesias

Pra me ver livre da velha hipocrisia vou falando na primeira pessoa, posto estar bem próximo da derradeira, com alegria de quem passou escrevendo poesia numa boa a vida inteira, À toa pela existência querida, cumprindo a gloriosa mis­são de plena emoção exigida. Assim fiz de mim um escrevente presente, obedi­ente à musa qual em meu viver foi santa intrusa.

Após décadas de poesias, dedicadas desde os primórdios de minha vida; selecionei parte da coleção com alegria e amor no coração. As quais jamais deixa­ria de compor cumprindo com fervor a minha obrigação de compositor nesta lida querida...
Sou apenas uma ferramenta à disposição da verdadeira autora chamada: Musa do Amor a qual em meu coração fomenta o ardor pra escrever o que no mo­mento se apresenta, creia, sou conduzido por essa santa condutora de vida-emo­ção. Assim são todos os que têm a obrigação de velar pela missão na seara da escrituração do amor.

Durante anos, escrevendo compulsivamente dá pra se ter uma ideia de quan­tas poesias, poemas, prosas, pensamentos recorrentes, enfim que a musa con­descendente cedeu pra gente, me sinto humildemente privilegiado serviçal desta semente semeada na minha mente advinda do mundo astral a falar do bem e do mal, sentimentos que avassalam o coração humano e desumano nesta selva de sobrevivência geral, marcada pelo tão decantado pecado capital.

Neste exato momento de felicidade e por estar exercendo plena liberdade, es­crevendo pra lá da terceira idade, vivo a plenitude da velha eternidade na inquie­tude duma vida de saudade recolhida nesta infantilidade, posto ser esta a poética realidade. Sentimentos, tormentos, lamentos, e amorável prazer do entendi­mento entediando a profana vaidade. Assim encaro a vida encaracolada em pala­vras advindas infinitamente da mente sideral. Deus traz o bom sentimento ao coração contrito, alegrando-o após seus agitos. E a exaltação que deveria ser humildade, conquanto, passe pela veraz realidade fica o dito pelo não dito de qualidade.

Ao amigo leitor deixo meus agradecimentos de eterna gratidão, pela leitura dessa escritura a qual se me afigura o amor desta redundante paixão, sem você não existiria a finura da poesia pura e o poeta estaria à mercê da fissura assim o poeta se vê!



Obrigado amigo, você também é poeta!

Recalcitrar contra os aguilhões

Há coisa que jamais ouso.
Sou apenas mais um mortal.
No momento não dá pra lutar
contra o contratempo do tempo.
Então, a mim, apenas me resta rezar.
Eu, sequer sei bem o que esta vida tem
pra me ensinar... Infelizmente só vejo
o lobo mau com seu chapeuzinho
vermelho sobre a sua cabeça
a maquinar à máquina
de produzir o mal.

Desde o princípio
Vejo precipício.
A Cuca a vir
pegar-me.
Sacrifício.

Socorri-me à religião da lassidão,
e lá assisti a confusão infernal.
Vi rei Davi e quase me perdi.
Mil mulheres, e a traição.
O amor urgia por Urias
a chorar de emoção
por longos dias.

À justiça humana,
decepção a conclamar.
Está além de “Trapobana”
onde Camões tentou ir buscar.
E o nosso Castro, ousou ir atrás.

Por essas e mais aquelas sosseguei o meu facho.
Conscientizei-me de que aqui não me acho
capaz de enfatizar os fatos, de fato
não passo de pobre mortal
num enorme pantanal.

Entrego-me aos braços do astral.

Cansado de tanto crer, meu irmão...

Estás cansado de crer na injustiça humana, Já pensaste em crer em ti mesmo: Hosana? Pois, com certeza isso seria muito bacana. Quando um desses tantos safados milagreiros, cura para tomar o teu dinheiro, e não te apercebes ser ele exatamente igual a você e ao mundo inteiro... Somente você e a tua fé são bons companheiros. Jesus disse: que a fé remove montanhas, porém, não disse nada, absolutamente nada que fosse estranho. No decantado Sermão da Montanha, deixou registrado o poder da humildade, e da simplicidade. Além de ser incisivo com a caridade, exortando: O que de graça receberes, de graça deves dar... Ah... Que fique registrado: podes olhar pra todos os lados, remexeres como quiser o livro sagrado, e jamais vais encontrar uma seita pelo Maior indicado, ao contrário, chamou esses charlatães de fariseus otários e por essa tradução foi parar lá no Calvário; por eles abalroado.
Notes o poder do assédio através da hipnose! Pela hipnose pode-se provocar a velha anti-gnose, Algum líder carismático o deixa iludido. Por um poder que é somente teu e no teu cérebro está embutido. Sem nenhum cabotinismo falo de carteirinha, já que décadas tenho lutado nessa rinha. Como teólogo e psicanalista me incluo nessa lista, não sou santo à João: o batista, mas me chamo: João Batista. Deixando as rivalizações de lado e com muito cuidado retornemos ao safado, àquele lhe tem curado em nome do Deus sagrado, até porque é a melhor maneira de atiçar a boa-fé do irmanado, assim Deus fica responsabilizado, e o safado cada vez mais endinheirado. Estou certo, ou estou errado? Demorou, mas desse mal estou erradicado...
Não dá mesmo pra te aperceberes quando ele bota a mão na tua cabeça, fazendo com que tu te esqueças do lógico, dando-te um safanão psicológico, assim mudando a tua estação? Isso é hipnose meu irmão, ele faz com que a doença apareça e também desapareça em tumultuada confusão.
Assim esse canastrão vai usando o nome de Deus em vão. A sua profecia é a mesma que já respondeste de antemão, caso ele não acerte não, apela pela vontade de Deus, e fica tudo certo, pois, logo tu acertas com o dízimo da pseudoconsagração. Por acaso já vistes a sua mansão? O safado usa o nome do Crucificado e sai de lado para tua cura duradoura qual veio de humilde manjedoura... E tu moras também numa manjedoura, ou numa mansão? Diz aí meu irmão?

Creia em você, você é deus assim falou Deus pela boca de seu Filho, lá em dez de São João, e discretamente em sua fala corrente no livro de São Mateus.

Se você é deus, e nada disse eu, tampouco, nenhum fariseu louco então penses um pouco antes que eu fique rouco ao te chamar à atenção. Não enxergas não?

Desculpe a minha concisão nessa particular confissão, e entendas, quero apenas ser teu irmão.

Paz e amor.  



Há muito tempo por aqui apareci olhando montanhas, sanhaços, pintassilgos, beija-flores beijando bem-te-vis, despencando de penhascos regorjeando louvores. A pradaria murmurando o vergel-lilás de suas flores. Era o lugar que sonhava para os meus amores. Então nada mais me faltava... E foi ali que escolhi. O meu alvorecer era em cores, a chuva me iluminava, o sol me inspirava destilando deliciosos licores. No conforto informal, no desejo de mais um mortal... No crepuscular das tardes de magia, embriagado ao tom do doirado som a acariciar meus ouvidos, qual a todos os lados naqueles dias a mim consagrados... Tudo e a todos tingia. Nesse mel de melaço, no mais puro regaço que no profundo de minh’alma regava, e me fundia em alegria. Foram belos os meus dias os quais minha mente arejava. À rede me embalavam as noites calmas, meus pensamentos voavam em nuvens alvas. O meu espírito se projetava além de coisas humanas. Nas longas tardes de frescor-rupestre dos fins de semana, ”muito além de Trapobana”, aliás, estava pra lá de “Pasárgada, onde eu era amigo do rei” e assim, muitas vezes, pensei: “Jamais escolherei qualquer mulher, pois, muito além dessa eu já tinha, mesmo sendo amigo do rei”, com certeza de tanta beleza, e convicto de que não a merecia, por isso foi que não errei! Foi aí que compreendi: sou um privilegiado; e o meu lar construi dependurado no topo de um monte encantado, porém, alicerçado com cascalho dali. Belos e floridos jardins, com melífluo odor de jasmim. Em cima do vale, com minha visão deslumbrada. Minha família; presença marcada. Parece ter sido ontem... O tempo passou ligeiro e neste comboio fui passageiro. Meus filhos se casaram, meus netos se foram... A minha companheira de tantos janeiros a partir foi à derradeira, mas partiu pra valer, enfim, o meu coração se partiu por inteiro. Restou-me a oração, pássaros e a canção do meu velho travesseiro enfronhado de emoção. Confessor e confessionário neste esplêndido cenário passo o tempo a escrever com alegria e prazer, como se fora mais um otário teimando em reviver. Não sou hipócrita em meus apócrifos... E não quero me enganar. Aprendi a ver a vida em sua plenitude, encaneci com saúde e não posso reclamar. Partida é partida... A existência é efêmera e, nem posso chorar. Chegamos-voltando à frente de câmeras registrando os relatos, de fato; relatando os fatos. Alcovitamos em nossas câmaras, regurgitamos desagravos ao nosso Criador e Pai. Melhor nos fora juntar os favos da gloriosa e eterna Paz, do que os trapos que o mal sempre nos traz. Caro irmão-leitor pense como for, mas, por favor, não tenha pudor dessa falsa dor com pavor. Nem seja acre, do seu coração tire o lacre, e no amor seja craque sem o menor palor. É a realidade da vida, flor em botão qual murcha dando-nos o seu tom chamando-nos à atenção. Qual à bucha, com água e sabão, no banho é algo estranho, verdadeiro estrebucho no antigo corpo de um bruxo. Às vezes velho-tacanho aos olhos de estranho. Pode ser, mas não é se ele sabe o que a vida é! Pois, fez-se amigo de tudo e até da boa solidão, na realidade é sortudo, meu caro-querido irmão, ele enxerga até pelo pé sendo provecto ancião... A solidão pode ser o desespero ou o tempero de se encontrar com o “Eu” por inteiro. “As aparências enganam”. A solidão pode ser uma ótima companheira. Essa amiga vem para burilar a nossa alma dando-nos a condição de vencermos a nós mesmos, já que o nosso maior inimigo está no interior do nosso coração o qual deve ser cinzelado com o amor da mansidão no universo dessa eterna imensidão... Na realidade o meu coração mora nos universos dos universos juntamente com o seu...

Esta historieta faz parte da vida deste modesto amanuense anacoreta...

Muita paz e amor a sua pseudossolidão...

Primavera


Ah... Se tudo fosse primavera
Seria o respirar de renovada era
ao revoar de tantas quimeras.
Ao perfumar de belas flores,
o singular de seus amores.
Alegria-fantasia e açores
a escorar o seu veleiro,
ao tisnar do nevoeiro.
Oh... Inocente primavera,
é prima irmã do vil verão
o qual aquece o coração
na manutenção da ilusão.
Seja como for, o outono,
traz em seu bojo o bônus
ao inferno-gélido-inverno.
Oh... Inocente primavera,
Olá: Juventude; saudação.
É apenas mais uma estação
a rir da vida em sua profusão.
Apesar de bela saúde, um dia
toda essa maravilhosa alegria
resumirá essa gloriosa plenitude.
O seu amor àquela flor, sobretudo,
o seu orgulho mergulhado no ataúde.
Despida, quiçá, lhe sobre um sobretudo.
Porém, essa é lei a qual advém
do misterioso circo do além.



Mesmo que você não goste!



Pra viver, preciso de quase nada...

Nesta espinhosa e feliz jornada; preciso de quase nada.
Levantar cedo, se preciso, porém, evito as madrugadas.
Creio que,  neste sentido se aplica a desejada felicidade.
Simples assim, ser feliz foi única boa escolha que eu fiz,
Vou  mais longe; pra um velhote o qual dispensa  idade.
Adotei logo a simplicidade da velha sensatez,  eis  o xis
Da antiga questão, comerei feliz no simples  prato raso
Carne  de pato, ou saboroso arroz e feijão, e que arraso
Se lá tiver vinho, moqueca de camarão... E por que não
Meu bom vizinho, não pense que vivo a comer sozinho,
Não, a ninguém espezinho tendo esta mortal condição.
Quando  não, meus netos, filhos, irmãos, até sobrinhos.
Na realidade tenho a liberdade quando  estou  sozinho.
Bem, meu irmão, tenho por fiel companheira a Solidão
A dona do meu encanecido coração!  As minhas vestes:
Que tolice, há muito já lhe disse: uso uma peça por vez,
No meu carro, apenas um assento, e  no meu pé direito,
Eis  mesmo  sapato  outra vez. Eis o belo teste de lucidez
Da pureza singela à vida vívido-vivida em rosa-amarelo.
Ah...   Aqui se  encerra toda a sábia filosofia, na geografia
Desta  bela existência na qual vivemos sem transparência
Da  simplicidade  da  divina sabedoria, sendo que a veraz
Felicidade se encontra no coração  de  qualquer idade az,
Ei-la: Grande sabedoria que os  sábios  jamais saboreiam,
Vivem  alheios  em  seus devaneios, em busca das glórias
Que se acabam aqui, sapiências quais ficam pra história
Já há muito conhecida, porém, por poucos apreendida.

Seja rico, seja  pobre, seja humano, seja tudo, seja nada,
Quando for quase tudo isso, ao menos terá vivido a vida.
Terá aprendido a antiga maneira-fabulosa de bem-viver.
Comece agora, sendo humilde pra estas práticas exercer.
O seu erro pode estar ao se comparar com seu vizinho,
Pois, ainda não aprendeu  a  viver sozinho nesta clara
Solidão, cuja negritude está na cabeça pobre e podre
Do racista qual não se põe na lista de pobre-nobres
Mortais a fazer distinção de cores de seu espectro
De solidão insólita...

Sucesso nesse mais alto empreendimento de sua vida!

Seja feliz!


Tributo a Camões
1
As armas e os barões assinalados.
Arrojados e pelo brio consagrados,
Que da Ocidental praia Lusitana,
Surgia brava e gentil raça humana.
Por mares nunca dantes navegados
Com caravela e o mar já singrado
Passaram ainda além da Taprobana,
Sirilanka ou Ceilão que se ufana.
Em perigos e guerras esforçados
Dariam ao Brasil o heroico brado.
Mais do que prometia a força humana,
Navegariam muito além da Taprobana.
E entre gente remota edificaram
Valorosa estrutura quais armaram:
Novo Reino, que tanto sublimaram;
Glória a Camões o grande lusitano.
2
E também as memórias gloriosas
Eternizando vitórias imperiosas
Daqueles Reis que foram dilatando
Seus velhos corações de muitos anos.
A Fé, o Império, e as terras viciosas,
Viciosas, teimosas, porém, vigorosas.
De África e de Ásia andaram devastando,
Por isso hoje somos mais cosmopolitano!
E aqueles que por obras vale rosas
Criaram uma lei além-esplendorosa
Se vão da lei da Morte libertando,
Assim vida e morte vão caminhando,
Cantando espalharei por toda parte,
Haja vista minha vista fazer parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Louvarei mais uma vez com o estandarte.
3
Cessem do sábio Grego e do Troiano;
Eis a decadência prevista ano a ano,
As navegações grandes que fizeram;
Hoje diz alto a arte do povo lusitano.
Cale-se de Alexandre e de Trajano
Seus feitos de respeito de há anos,
A fama das vitórias que tiveram;
Pois, fortes heróis nos esperam,
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
Enfrentando morte como bom samaritano.
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
E dos demais irmãos se esqueceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Qual belo futuro parnasiano se avança,
Que outro valor mais alto se alevanta.
O amor à pátria amantíssima reencanta.
4
E vós, Tágides minhas, pois criado
Ressurgistes de além Tejo reanimado.
Tendes em mi um novo engenho ardente,
Meteorito de ilustre luz ascendente;
Se sempre em verso humilde celebrado,
Jamais de escura estrela decadente.
Foi de mi vosso rio alegremente,
A mitologia vos elogia contentes,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Som ilibado de frente e; não de lado.
Um estilo grandíloco e corrente,
Grandiloquente sendo recorrente.
Por que de vossas águas Febo ordene
Resumo da inveja qual Zeus condene.
Que não tenham enveja às de Hipocrene.
Somente o amor dentre à guerra se perene.
Camões até pode inventar o verbo perenar.
Conquanto, seu amor seja a fonte de Hipocrene.
Onde sempre possa dessa límpida água bebericar.
5
Dai-me hüa fúria grande e sonorosa,
E uma vida simplesmente primorosa,
E não de agreste avena ou frauta ruda,
Nem que o velho amor de arruda me iluda,
Mas de tuba canora e belicosa,
Maviosa, sonora, e indecorosa.
Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
Multicolor não implorará à flor de arruda
Dai-me igual canto aos feitos da famosa
Glória incomparável da amada musa formosa.
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
Marcianas, beladonas, ou Ana’s mudas;
Que se espalhe e se cante no Universo,
Som de mavioso dom ativado no reverso,
Se tão sublime preço cabe em verso.
Grande amor distribuído ao universo.
6
E vós, ó bem nascida segurança
Sois vós a grandíssima aliança
Da Lusitana antiga liberdade,
Que há tempo já passais da idade.
E não menos certíssima esperança
Ao decorrer do tempo que se avança.
De aumento da pequena Cristandade,
Transformai-vos em perene caridade.
Vós, ó novo temor da Maura lança,
De olhar profundo, linda criança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Cheia de amor, verdade e sinceridade.
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Porém, muito além o seu amor se expande.
Pêra do mundo a Deus dar parte grande.
Pêra, para, pára, pêra, que se dane,
Ou que o todo se desmande ou desande.
7
Vós, tenro e novo ramo florecente,
ou velho tronco de amor crescente.
De hüa árvore, de Cristo mais amada
pelo mundo inteiro idolatrada.
Que nenhüa nascida no Ocidente,
Nada ao Mestre pode ser comparado.
Cesárea ou Cristianíssima chamada
Na estrada da vida há encruzilhadas;
Vede-o no vosso escudo, que presente
Posto: futuro e passado se ausentem;
Vos amostra a vitória já passada,
Nesta mui velhaca e contradizente,
Na qual vos deu por armas e deixou
No calvário, dor de frente ironizou,
As que Ele pera Si na cruz tomou);
As nossas dores de horrores apagou
em amor, pelo amor as transformou.
8
Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
Finalmente humildade, terra cemitério.
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro,
Vossa sorte-morte, além do batistério.
Vê-o também no meio do Hemisfério,
Luz do sol é maior que seu império.
E quando dece o deixa derradeiro;
Os derradeiros serão os primeiros.
Vós, que esperamos jugo e vitupério
É melhor ser casado do que solteiro.
Do torpe Ismaelita cavaleiro,
Irmão torto de José,
Ismael foi bom guerreiro.
Do Turco Oriental e do Gentio
Sois do povo varonil, além
de serdes gentio-gentil,
Que inda bebe o licor do santo Rio:
Brasileiro sou um filho estrangeiro
que a vossa madre me pariu primeiro.
Como estou intrometido
de quem agora falo eu?
Será que procuro uma rima
como Prometeu prometeu por cima.
Camões sois irmão mais velho
E deste conservo sois espelho!
9
Inclinai por um pouco a majestade
Sem perder, tampouco, a potestade,
Que nesse tenro gesto vos contemplo,
Como se fora de Salomão colosso templo.
Que já vos mostra qual na inteira idade,
Há muito já passeis da puberdade.
Subindo ireis ao eterno Templo,
Contrapondo intempestivo contratempo.
Os olhos da real benignidade
Livrar-vos-ei da inerme falsidade.
Ponde no chão: vereis um novo exemplo
Após lutardes contra a força do vento;
De amor dos pátrios feitos valerosos,
Quais tereis sempre no lembramento
como eternos e velhos instrumentos.
Em versos divulgado numerosos.
Sois poeta de lusitanos formosos.
10
Vereis amor da pátria, não movido
Sem jamais perdereis o bom sentido.
De prémio vil, mas alto e quase eterno;
Eterno, pois, ainda não haveis morrido.
Que não é prémio vil ser conhecido
Amor de inverno que sejais aquecido.
Por um pregão do ninho meu paterno.
Onde Deus seja louvado e sempiterno,
Ouvi: vereis o nome engrandecido
Ao meditardes no Senhor paterno.
Daqueles de quem sois senhor superno,
Tereis os céus,
pois, já passastes pelo inferno.
E julgareis qual é mais excelente,
Covis dessa terna gente indigente,
Se ser do mundo Rei, se de tal gente.
Dos dois, fazendo-os simples parentes.
11
Ouvi: que não vereis com vãs façanhas,
Hombridade, igualdade em dor tamanha.
Fantásticas, fingidas, mentirosas,
Dor havida numa vida religiosa,
Louvar os vossos, como nas estranhas
Após, liberardes de ações tacanhas.
Musas, de engrandecer-se desejosas:
Apesar de ouvirdes coisas elogiosas,
As verdadeiras vossas são tamanhas,
Revestisteis de tamanha artimanha.
Que excedem as sonhadas, fabulosas,
Segurança na pujança de vida airosa.
Que excedem Rodamonte e o vão Rugeiro,
No comando e mando fosseis o primeiro
E Orlando, inda que fora verdadeiro.
Tudo isso tereis como reis
Os tereis por travesseiros.
12
Por estes vos darei um Nuno fero,
E o tereis como amigo altaneiro.
Que fez ao Rei e ao Reino tal serviço,
Sem dispensardes o mais ínfimo capricho.
Um Egas e um Dom Fuas, que de Homero
Fazem-vos arrepiar o corpo inteiro.
A cítara para eles só cobiço;
E a música tereis como serviço.
Pois polos Doze Pares dar-vos quero
Assim manter-vos-ei como meu elo.
Os Doze de Inglaterra e o seu Magriço;
Por que chamai o de Magriço tal caniço?
Dou-vos também aquele ilustre Gama,
Que de seu pedestal; cairá na cama.
Que para si de Eneias toma a fama.
Pois, vós passásseis prá lá da Taprobana.
13
Pois se a troco de Carlos, Rei de França,
Em Espanha nascerá um gordo Sancho pança.
Ou de César, quereis igual memória,
Pois, figurará em vossa história.
Vede o primeiro Afonso, cuja lança
Curta, já quebrada não vos alcança;
Escura faz qualquer estranha glória;
Escusa, planta merencória da escória.
E aquele que a seu reino a segurança
Faltou o agá para impor perseverança,
Deixou, co a grande e próspera vitória;
Sua glória se afiguram na memória.
Outro Joane, invicto cavaleiro;
Sua proeza cairá de seu puleiro.
O quarto e quinto Afonsos e o terceiro.
E o mundo vos porei por derradeiro.
Ser-vos-eis sempre o primeiro.
14
Nem deixarão meus versos esquecidos
Ao contrário, eles serão aquecidos.
Aqueles que, nos Reinos lá da Aurora,
Muito embora, partidos foram embora,
Se fizeram por armas tão subidos,
Sumidos, suprimidos já, agora!
Vossa bandeira sempre vencedora:
Com golpes de tesouras voadoras.
Um Pacheco fortíssimo e os temidos
Nem temidos, diante do vosso sentido.
Almeidas, por quem sempre o Tejo chora,
Atingindo feito à amassadas das amoras
Albuquerque terríbil, Castro forte,
Encadeaste-os e jogastes chave fora.
E outros em quem poder não teve a morte.
Agora temem o fremir da própria sorte.
15
E, enquanto eu estes canto, e a vós não posso,
Retirar-vos desse antigo fosso.
Sublime Rei, que não me atrevo a tanto,
Avermelham-me os olhos com tal espanto.
Tomai as rédeas vós  do  Reino vosso:
Sois dum Rodes o mais franco colosso.
Dareis matéria a nunca ouvido canto.
Tampouco, o estampido do encanto.
Comecem  a  sentir o peso grosso
Ao roerdes acorda, ó fabulo osso.
(Que polo mundo todo faça espanto)
Ao possuirdes  a força do colosso,
De exércitos  e feitos singulares
Sereis dono  de antigos patamares,
De África as terras e do Oriente os mares.
Infelizmente ireis arrepende-vos
Dum  tal Quilombo  dos  Palmares.
Perdão querido Camões, não deveria
Ter-me  ouvido,  este é um assunto
Desprovido de alhures sentido
De um futuro muito atrevido.
Porém, por muitos lares
Serão atingidos...
16
Em vós os olhos tem o Mouro frio,
Sarracenos vis de muito brio;
Em quem vê seu exício afigurado;
Sereis ao povo comparado
E consagrado.
Só com vos ver, o bárbaro Gentio
Estará sempre ao vosso lado esguio.
Mostra o pescoço ao jugo já inclinado;
Ou a jugular com o sinal já preparado.
Tétis todo o cerúleo senhorio
Tereis o jugo tão almejado,
Tem pera vós por dote aparelhado,
Lançai-vos mãos ao vosso arado...
Que, afeiçoada ao gesto belo e tenro,
Já vem temperado de bom tempero.
Deseja de comprar-vos pera genro.
Bom sogro equilibrado e terno
À procura de eterno  namorado,
E que aqui hajam se casado...
17
Em vós se vêem, da Olímpica morada,
Deuses  amoráveis  e encruzilhadas.
Dos dous avós  as almas cá famosas;
Como pêra do pomar, tão deliciosas.
Hüa na paz angélica dourada,
Dita cuja seja redobrada.
Outra, polas batalhas sanguinosas.
Após a luta a vitória gloriosa.
Em vós esperam ver-se renovada
Vossas forças  serão  renomada.
Sua memória  e obras valerosas;
Lembranças deliciosas-saborosas.
E lá vos tem lugar, no fim da idade,
Ou passareis pela acurada veleidade.
No templo da suprema Eternidade.
Encher-vos-á de grande felicidade.
18
Mas, enquanto este tempo passa lento
Ao vosso bolo controleis com bom fermento,
De regerdes os povos, que o desejam,
Ao vosso canto desejo bom harpejo,
Dai vós favor ao novo atrevimento,
Que o amor à pátria vos seja por unguento.
Pera que estes meus versos vossos sejam,
Que se cumpra o mandamento do vosso desejo.
E vereis ir cortando o salso argento
Sereis visto no sarçal do bom sarmento.
Os vossos Argonautas, por que vejam
Como do vencedor marítimo sejam.
Que são vistos de vós no mar irado,
Tempestade de intempestivo estado.
E costumai-vos já a ser invocado.
No quadrante mundi mui admirado.
19
Já no largo Oceano navegavam,
Por quantos mares se singravam
As inquietas ondas apartando;
Calmarias, tempestades equilibrando.
Os ventos brandamente respiravam,
Vendavais quais ficavam esperando,
Das naus as velas côncavas inchando;
Logo mais; naus de cabrais se aproximando,
Da branca escuma os mares se mostravam
Tiranos sucumbindo nos mares; se afundando.
Cobertos, aonde as proas vão cortando
Singrando salobras águas e as arpoando.
As marítimas águas consagradas,
Tais marias vão com as outras, vão deixando
Que do gado de Proteu são cortadas,
Ilíadas por Homero já poetizada,
Segui-vo rindo de novas e  boas risadas...
20
Quando os Deuses no Olimpo luminoso,
Analisavam com corações ardorosos,
Onde o governo está da humana gente,
Numa bela reunião beneficente,
Se ajuntam em concilio glorioso,
Ao postarem-se de espírito frondoso
Sobre as cousas futuras do Oriente.
Apesar de andarem por terras quentes
Pisando o cristalino Céu fermoso,
O clarão do verdadeiro céu ditoso.
Vem pela Via Láctea juntamente,
À reunião da união de brava gente,
Convocados, da parte do Tonante,
Ao se tornarem imponentes e constantes
Pelo neto gentil do velho Atlante.
Afeitos à insistência luzidia e fremente...
21
Deixam dos Sete Céus o regimento,
Dum dulcíssimo véu resplandecente
Que do poder mais alto lhe foi dado,
Pelo valoroso dote de soldado.
Alto Poder, que só co pensamento
Se faz belo, moderado e estridente.
Governa o Céu, a Terra e o Mar irado.
Seria Zeus o morador desse condado?
Ali se acharam juntos num momento,
Quiçá, iguais ao castiçal queimado.
Os que habitam o Arcturo congelado
O ar também queima quando gelado.
E os que o Austro têm e as partes onde
O amor da guerra incrível se expande.
A Aurora nasce e o claro Sol se esconde.
Camões sem desdém de vez toma esse bonde.
22
Estava o Padre ali, sublime e dino,
Com seu olhar de brilho aquilino,
Que vibra os feros raios de Vulcano,
Os quais durarão seus eternos anos
Num assento de estrelas cristalino,
De infinita beleza é esse trono.
Com gesto alto, severo e soberano;
Advindo do decantado deus Vulcano
Do rosto respirava um ar divino,
Cujo ar vindo do mais profundo hino,
Que divino tornara um corpo humano;
Com Olimpo a traçar futuro plano.
Com hüa coroa e ceptro rutilante,
Ali se firmava o deus mais radiante
De outra pedra mais clara que diamante.
Postava-se esse colosso deus amante

Dar-lhe-ia o paraíso se a mim me fosse possível!

Não me leve a mal se o meu sentimento extrapola o pólo do sol poente; polo com acento não há mais quem agüente, tampouco, esse trema, que como eu ainda trema um pouco, pois, nesse crepuscular o meu velho coração crescente, pergunta mouco: Onde se encontra meu bem? Vivemos tanto tempo o mesmo tempo de antanho, portanto, o meu amor estranho aumenta vindo desse tempo ausente. A luz do firmamento é tão ínfima perto desta santa lembrança, pois, o seu coração resplandecente, esquenta a minha pobre memória carente. Somente as velhas lembranças acalentam-me, enlouquecem-me, e aquecem-me, e a dúvida permanece: Onde está você? Somente agora sei avalizar a sua presença em formato de ausência, mas nada mais dá pra fazer a não ser, saber: onde está você? Hoje o meu melhor companheiro é o seu velho travesseiro com o seu cheiro conservado pelo meu pensamento esgarçado. Embora, seja meio triste-engraçado, quando acordo e olho ao lado vejo o amantíssimo Pedro, o seu velho gato rosnando, posto deva estar agradando-o com aquele antigo amor profano, causador do meu ignorante ciúme ao sentir o seu extra-sensível perfume... Cadê você, afinal; onde foi que chafurdou?

Deixe-me dormir, acordando para novos encontros com você, somente assim poderei sentir o seu calor musical, colorindo com o mais odorífico amor o sonho desse moribundo e velho trovador mortal!

Estou pensando seriamente em não mais acordar...


No embalo da musa...

Quando a musa embala, a inspiração exala odorífico amor,
seja para o que for, e chega mais rápido do que bala,
projétil de ínfimo valor ao ser comparado com o
lado  positivo  do  amor.   As  asas  do  amor
são mais rápidas do que  as  do beija-flor.
Novamente a palavra vem fazer  o amor
diferente, pois, nada sendo igual a nada,
cada frase tem sua contundência própria
em sua equivalência.  Hoje estou amolado,
com o coração meio quebrantado por um amor
tão  antigo,  poxa,  quantas  décadas  pra  me fazer
trouxa,  posto  que  seja  apenas  um  sonho  da mais pura
ilusão bisonha. E ao me olhar ao espelho me sinto um escaravelho,
quiçá, um cara velho com cara de pamonha.  Tal  esta  paixão estranha.
Pois, há tantas décadas, Maria Rita já morreu, e isso até me irrita, posto não
tenha morrido eu.
vida é composta de ilusões...

Por que você é poeta?

À 
Pé,
Ou a
Carro.
A mente
É a  poetisa.
Profetisa da fé.
Escrava do carrasco 
Com cortesia, jamais o é.
Na tecla afiada de sua pena,
Com a cor e o odor de açucena,
É amor de Jesus à Maria Madalena.
O  seu  amor traz o psicovalor à cena
Da  vida.  Elevando a  alma  abatida.
Por  isto você  está  aqui  inserida.
Poesia é!  É amor-compaixão!
Representa a Deus, na dor,
No  torpor  do seu irmão.
Não é juiz que; apenas
Apena com esta pena.
Na cena de um crime
Passional - emudece,
Padece e permanece
Imparcial, mas  acena:
Jamais  pratique o mal!
Por isto... Você é poeta!
Rei, ou rainha sem igual.
Jogral ou profetisa-atleta
Abominando o ódio
Caminha rumo 
Ao pódio 
Do alto
Astral.
Paz!
Fé!
É

Poeta viril, você tem sexo de anjo, você é “Amor” sutil!

Como permanecer em paz

Aquietar o espírito, realmente é a maneira natural de se obter o equilíbrio nor­mal. Você tem por nobreza a natureza de pensar bem ou mal. Porém, o autodo­mínio é a mais alta evolução do ser que passa pela transição de criatura para a própria criação. Disciplina mental e lisura total vão fazer a fartura espiritual. Me­ditação é o caminho de todos os equilibristas da vida, neste mar de artistas altru­ístas, apesar de muitos saírem dessa lista. A mente não para pra descansar, é extremamente viciada na orgia do mal, sem exceção animal se não tem com quem brigar, briga consigo mesma, deixando o caminho lerdo como a mais gos­menta lesma. Então a evolução vai sendo adiada, ficando pra trás, enquanto, o sofrimento do velho tormento se faz pela falta esgarçada de paz.
Aquietar a mente contente, sorridente sem mostrar os dentes, porém, coerente e crente de que se vai chegar à frente em equilíbrio, com alma cheia de calma e juízo, é o que deseja o inconsciente coletivo, porém, não o faz por desconhecer esse objetivo.
Ao exercitar a mente a autocontrolar-se nota-se realmente quão difícil é silenciar a sua tagarelice, disque-disque, alguém que me disse, assim continua na velhice da burrice...

Fique quieto, a eternidade é infinita, como óbvia deva ser a sua preocupação, dê tempo ao tempo mesmo que não dê mais tempo à divina criação almejada pelo seu coração...

Não tenha pressa, você vive na eternidade!

Relaxe porque a eternidade é agora!

Atitude que apena

Mede-se atitude
até pela longitude.
Obrigado amigo-irmão
pela sincera exortação.
Pois, é o que se espera.
É amor qual se esmera
ao elevar à bela esfera,
obras do bem ao além!
Para tal atitude há de se ter saúde
verdadeira àquela da boa videira,
que não seque e nela se ateie fogo
abrasador, assim falou o Senhor,
dono deste veraz e valoroso jogo.
O machado está posto em sua raiz
somente o poderoso e santo amor
pode livrar-nos pelo triscado triz,
poder do amorável perdão é o xis
de tão decantada questão: amor!
Amigo, grato, pelo valor do favor,
Pois, o fez com louvor, atitude é fé,
e a crença sem as atitudes é morta,
pois, quem não a pratica só anda de ré.
E como ré é passiva de severo julgamento,
Apesar do perdão, se plantar terá alimento
bom ou ruim, assim determina o mandamento
em questão para justificar a existência de Deus.
Sendo ecumênico, insisto, jamais sou ateu.
Porém, creio que o retorno entorne
o mal neste plano irreal.
Reitero que a obra
está acima
desta
o
b
r
a.
como a pena
de justo juiz
que apena!

A máquina que maquina a loucura do poeta

Adora esta máquina que maquina o mal e o bem,
Porém,  o bom sentimento deve estar muito além
Da temática poética e da bela gramática também.
O Amor é tal máquina a puxar os vagões do trem.

O vagão é um poeta compulsivo em busca da paz.
E pela paz ele deixa tudo àquilo que lhe for capaz.
O poeta é aquele que traz em sua meta o bom ar,
À verdadeiro atleta de valor sincero; e contumaz.

Lutador mental contra as hostes do perigoso mal.
Formador de opiniões mesmo em sua humildade
Quer formar igualdade de um sonhador desigual.
Apesar de; às vezes ruim, é o arauto da bondade.

Seria... O Bonfim do mais arrogante Querubim?
O poeta é hilário no hinário do simples Serafim.
Mas, no além, o poeta espera ser feliz também.
 Não  lhe importa se é anjo torto, se está aquém
De zumbi, vivo-morto, conquanto, esteja bem!
Na verdade, espera que os anjos digam amém.

O Mediador da Paz

São Paulo dos antigos poetas

Nas névoas obnubiladas onde dormisse o passaredo inebriado pela leve neblina e, a quem acordasse mais cedo, posto que não houvesse nenhum segredo, e já fosse à agitada cidade tão rápida como torpedo. E por lá Já existissem os “ramos” de Azevedo nas mais plenas mocidades. Antigo cerne a discernir seus impregnados segredos. Lá sobejavam frondosos arvoredos. A lua derramava o seu pranto de luz do Largo da Luz passando pelo São Bento da Cruz ao sapientíssimo São Francisco de Jesus. Não meteremos aqui a religião. Embora, se atocovelasse empolada multidão. Castro e Barbosa com seus pergaminhos nas mãos e muita prosa se faziam da vertiginosa poesia de antanhos dias transformarem-se em belíssimas canções. São Paulo da Garoa, nave de boa proa. Nela continuava seus capitães a soletrarem seus versos e o de Camões. Abolicionismo de Nabuco a rezar o seu terço. Século dezenove, onde descartava grande nome: Fagundes, para não misturar o Azevedo, que aqui se confunde, qual Varela respeitava sem medo. Logo seguiria do: Bexiga, Rubinato e seus Demônios natos da garoa. Fato que faria alusão à paixão da miscigenação do ítalo-lusófono-alemão... E de tantos outros irmãos de gente boa.

Quem diria que, tal megalópole pudesse à galope produzir tamanha poesia...


O fraseador

O poder da palavra poética está além da ideia. A sutileza do verbo é algo a ser mensurado com carinho e cuidado, sem ser quadrado. O resto é mera panaceia. É como “faca de dois gumes” agudos, poderosa, podendo trazer a paz airosa, ou a guerra subliminar, portanto, cortante de ambos os lados; ideias as quais advêm de além-cume, cujo azedume deve ser trasladado à fino perfume. Se for preciso seja normal ao mudar de ideia para que o bem suplante o mal.
Dizem que o amanuense deve ter nascido assim; uns dizem ter sido acometido por fatores congênitos advindo de negros querubins, outros sido atacado pelo vicio de escrever, comparam-no a um jogador inveterado de doer, viciado em carteado, jogador de futebol alienado, de pseudovivaldino em cassino, de esqui­zofrênico das letras, enfim: de sonhador, sofredor de frenesim, afinado em com­plexo feminino, quiçá, um cigano transtornado em ladino ou afim, quiçá, exilado beduíno num deserto dependurado prá lá de Marrakesh longe de Bangladesh...
Amanuense é o escriturário da literatura extrafísica, que deve funcionar como filtro de pensamentos difusos, haja vista a grande responsabilidade indutora de suas palavras, recebidas dos orbes astrais. O mal e o bem são ideias que plasmam nas vidas reais, se a inspiração for boa, com certeza as obras também o serão. E se for maligna os atos as contraporão.
Pensando bem, o seu inocente jogo pode não ser prejudicial, bem como pode fazer muito mal, já que faz uso duma arma fatal, a mais forte que existe: a palavra sutil, a única que subsiste; mesmo que seja chiste da vida mortal; que tem o po­der de induzir sem muito refletir, encaminhando à lavagem mental do seu leitor ideal e tudo isso se dá pelas suas frases escritas dentro da boa ou má inspiração restrita... Com o passar dos anos o poeta percebe que uma força estranha o do­mina, porém, começa a entender que essa força tem nome: Missão ou Sina que fascina, quiçá, seja divina. Então pensa consigo mesmo e analisa os fatos históri­cos dos sistemas caóticos: Haja vista o rumo da humanidade a qual segue pe­remptoriamente seus antigos líderes políticos, religiosos ou idealistas, e seus preceitos grafados em velhos pergaminhos de muita idade dentro de extensiva lista, e não há quase nada que se possa fazer para mudar o seu caminho, pois, entrega a própria vida em nome de sua visão mesquinha adquirida...
Disseram por aí, há milênios, que existem céus de eternas e gloriosas vidas, e infernos onustos de arsenais robustos, e o medo toma conta dessas cabeças bruscas as quais dentro de suas conveniências convexas agem de acordo com seus condicionamentos mentais anexos. Ao final vemos que a história registra a destruição do homem com seus conceitos e preceitos de tacanhos ideais imper­feitos.
O fraseador que se preza procura a auto-conscientização de suas escritas, para não se auto-corromper, até porque, deve crer piamente na responsabilidade do que tem de escrever. A mente humana é muito sensível à indução. Se a mente religiosa for talhada para matar ou morrer até de fome em nome de seu deus, com certeza o fará sem problema de consciência tal a ambivalência que considera nobre ao mais perfeito ateu. Temos visto isso ocorrer nos meios religiosos, e porque estamos falando de religiosidade neste contexto de simplicidade, sim­plesmente porque se não há o consenso do bem nesse ambiente santificado pelo desejo de ganhar a salvação de Deus qual a tem muito além, então quem dirá fora desse metiê à mercê do aquém...

O fraseador continua um pensador inveterado sem se importar com o que digam a seu respeito, certo ou errado, pois, aprendeu a cumprir sua missão de trazer ânimo, saúde e alegria à alma malfadada pelo seu pseudopecado e, que a consi­dera de direito.

Assim crê em sua verdade extrassensorial, muito embora, não passe de mais um mero aprendiz de sua musa inspiradora real...


Acocorado num canto d’alma

Acocorado solitário encontra-se você
nobre  e  triste  como forte guindaste
assegurando à vida, assim a natureza
espiritual  lhe  fez parte  dessa proeza
querida. Porém, veja-se pela santa fé.
Um santo abandonado  em si mesmo,
um solitário,  retardatário do sistema.
Tem  de ser diferente  de muita gente.
Você é poeta, mesmo que não queira.
Escrevendo àquele  de  coração aflito,
concebe-se  o amorável  ensinamento
com  qual se cala a voz do aflito  grito.
Profunda  fala  que cala a fala inaudita
editada ao evento dum furioso vento.
a qual não sendo  ouvida explodirá
ao estampido  de  perdida bala
ao contraponto do lamento.
Eis o livro consagrado,
há muito tempo,
ensinado
ao
desorientado.
Desde o relento,
de   ensinamento
ao   templo-crente
que se foi firmando
ao   tempo - quente.
Por todos  os lados
logo:  adjacentes.
Isto  que se fala
não é de fato
consumado?
Atualidade
depara-se
com
a virtualidade
de veraz realidade.
Deveras, sem a escrita
nada  seria  completo,
tudo estaria secreto,
fadado  ao  nada
do  decrépito
momento.
Muitas vezes macambúzio
procura-se no livro refúgio
do alívio. Como o búzio
e o marujo confuso,
marejam no mar
de natural santidade,
enquanto, o ladino da cidade
ao recorrer pelo decorrer do ocorrer
da facilidade de seu destino.
Assim  sendo,  um dia
a morte há de viver
no seu dia a dia
matando
a própria
melancolia,
quiçá, suicidando-se também.
Nada quero que morra, porém,
a morte o que é que tem;
eu a mataria e seria
santo criminoso
também...

Amem o
amém.


Perdão; princípio da evolução

Ao pedido de minha genitora:
Pai, fale sobre o velho perdão.
Reportei-me  ao tempo de Adão
Com  o  meu  pensamento  de  viés,
recordei-me de Miriam irmã de Moisés,
Míriam  é  minha progenitora - professora...
Que  bom  que  seria;  minha  querida  filha,
se não existisse o perdão, é  o  que  eu  queria,
pois, então a vil ofensa a qual traz desavença
deixaria de  ser  a pretensiosa  malquerença,
e com  absoluta certeza somente o bem
a nós nos restaria por longevos dias,
e a vida resistiria além do além!
É para isso;
segue a lista:
À bendita palavra
não há  quem resista.
Espero,  seja essa a  pista
de pai que com amor lhe fala.
A palavra mansa e suave abranda o furor.
Eis a eclesial frase parafraseando o amor!
 Há poeta que não se apercebeu
ser o arauto e atleta de Deus.
Para Deus pouca importa
a jactância recolhida,
ou atrás da porta
jazida à morte.
O seu alarde,
mais cedo
ou tarde
será reconhecido.
Seu teor de amor
não será vencido.
Poeta pequenino,
não faça do seu sino
aquele destino cabotino.
Portando-se como menino
intumescido de muito juízo
para sentir-se  no  paraíso.
O poeta - profeta de Deus
merece um pedaço do céu.
Ouça, veja o detalhe:
Paz e amor traduzem
a felicidade do neném
ao jovem de mais idade.
Boas palavras de felicidade
são amor que eleva ao além.
Portanto,  portando-se  bem
nada  haverá que embaralhe.
benditas palavras induzem
ao  além do  querer bem!
Ame com as palavras
à gratidão 
de sua lavra!
Perdoe sempre
que  a  ofensa
se apresente.

jbcampos


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