MINHA VIOLA
viola,
arma,
amor,
forma
irreal,
real
ga-
ma
ção
colo
rir o
juve-
nil co-
ração
de vel-
ho so-
nhador,
rir à toa
numa boa.
a surrealista
visão entorta,
entorpecida pai-
xão poética, amor que
viola, lei que consola a
dor, amor violento, amor-
paixão a violar o amor-
mandamento - mor: não
trairás sentimentos. a-
mor sangrento, cora-
ção a sangrar, sin-
grando a mente
aparvalhada
sem entender
quase nada do
próprio sentimen-
to, lamacento pade-
cimento. paixão a es-
correr pelo chão da so-
lidão à mão dum Salvador
Dali para cá com odor de ma-
nacá a sempre pintar reto por
linhas tortas suas curvas re-
tas essa louca paixão indis-
creta. tição que atiça o fogo
dum pobre coração airoso
dum ancião ansioso com seu
velho ancinho de aplainar cami-
nho até conquistar o carinho de re-
pente ressurge um som de repentino amor
florindo em flor para redundar num cacófato de
real valor dessa paixão elevada ao cubo, amor his-
pânico o qual de histriônico em pânico se transfor-
mou e que a minha viola entortou
esquadriada à Pablo com cheiro
de arruda pelo qual Neruda a en-
dossou e Casals com maestria a
a executou e de caipira da gamba
se transformou. embora, minha vi-
ola viole o tom, jamais desafinou.
oh… que distração, hoje é dia de
eleição, segundo turno o qual me
faz taciturno, sem ver em meu
olho o capaz no qual deveria vo-
tar, agora minha viola ficou aos
cacos. essa nefasta lembrança
me deixa desnorteado que qua-
se exclamei: eis, minha viola
foi pro saco outra vez. mes-
mo assim meu muito obri-
gado a vocês eleitores
da vez.
jbcampos
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