
o teu canto
Chamo-me Acalanto, venho a este mundo ferrenho
a exemplo de tão falado engenho, maquinado sobre
o lenho pelo qual foi lanhado O mais sagrado. Tritu-
rado pelos dentes do maligno engenhado, apesar de
seu desígnio ser de suportar o sistema de outrora.
Venho agora enxugar o seu pranto. Ao prantear
ouça a voz do meu suave canto, porém, vou
além, jamais o ouça errado, creia, estarei
sempre ao seu lado, amém. Sou antigo,
sou amado, eterno, presente etéreo,
futuro carregado de mistério alado.
Ah… Sei que o seu caso é sério. Porém,
minha veleidade por ser eterna, não tem idade.
Desculpe-me ser tão sincero com redundante arrazo-
ado, a mim não me falta capacidade. Quem me enviou é o
dono da verdade. Venho a mando do Criador, sinônimo de Amor.
Entenda, modestamente sou maior que a sua tenda, você, sua família,
seu carro raro, sua fazenda, seu casebre, sua febre, sua desavença, sua
doença, seu mundo, seu vizinho, pois, jamais estarão sozinhos. O dono da
criação me faz morar no profundo do seu coração. Fui o primeiro que apren-
deu a amá-lo antes que eu. Atendo os de boa vontade, sou onipresente, e
por você ser devotado, dou-lhe um conselho: Não ande com qualquer
companheiro a peso de dinheiro, não ande com derrotado, pois,
será errante bastante o tempo inteiro. Sou o velho verbo, poetan-
do sua lida em sua vida, arribando acima de toda rima. Ale-
grando no gerúndio no afiar da própria língua. Deixe a vin-
gança, peça ajuda à minha amiga Esperança, pois, ao fazer
sincera aliança com a Fé, começará a entender quem você
é; linda flor florescida no jardim do amor, e eu, Acalanto, o des-
truidor da sua dor. Quando veio a esta vida correndo a corrida da
vida venceu, já se esqueceu? Agora no corredor desta vida é sabedor
do seu forte valor.
E agora José? Como diria Carlos,
já é sabedor de quem você é...
O Teu Pranto
Ao chorares o teu pranto
Sintas o sol da alegria
Velando o teu dia.
Eis o Acalanto.
Cantes alegre
O teu canto,
Pois, vida
É encanto,
É poesia.
Singela
sabedoria
Sabedoria,
costurada com a mesma linha, alinhavada na mesma entretela, a lhe
dizer sem corruptela: Seja rico, seja pobre, seja livre, seja nobre,
seja tudo, seja nada, e quando for quase isso tudo, terá vivido os
riscos dessa estrada. Terá aprendido o desprendimento de um
viajante-viandante sem lamento. Só tem um porém: O seu erro pode
estar ao se comparar ao seu vizinho, pois, ainda não aprendeu a
caminhar sozinho. Isso pode ser o seu desterro.
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